Anaïde Castellan

Anaïde Castellan

Jeanne-Anaïs Castellan (de nome real Jeanne Anaïs Castel ou Chastel). Soprano francês. Nasceu em Beaujeu (Rhône) a 26 Outubro de 1819 e morreu em Paris em 1861.

O seu nome é principalmente recordado pelo facto de ter criado mundialmente o papel de Berthe na ópera Le prophète de Meyerbeer.

Ingressou no Conservatoire em Paris aos 12 anos e foi aí aluna de Laure Cinti-Damoreau, Marco Bordogni e Adolphe Nourrit. Em 1836 completou a sua aprendizagem nesse estabelecimento, tendo ganho o Primeiro Prémio de Canto e o Segundo Prémio de Declamação.

Iniciou a carreira em Itália, aí debutando em Varèse em 1837. Depois obteve certo sucesso nos palcos de Turim, Bergamo, apresentando-se ainda em Roma, Milão e Florença. Nesse país conheceu e casou em 1840 com o tenor italiano Emilio Giampietro.

Após ter-se apresentado em Viena partiu, no Inverno de 1843-44,  para Cuba, apresentando-se depois no México e nos EUA (Nova-Orleães, Nova-Iorque e Boston). Estreou-se em Inglaterra a 13 de maio de 1844 num concerto filarmónico. O sucesso obtido foi tal que a cantora foi imediatamente convidada para outro concerto que teve lugar a 10 de junho. No Inverno de 1844-1845 apresentou-se em São Petersburgo a convite do czar Nicolau I, que a ouvira em Londres.

A 1 de abril de 1845, regressou a Inglaterra para se estrear na Lucia di Lammermoor no Her Majesty’s Theatre;  permaneceu aí durante duas temporadas e interpretou, entre outros, os papeis de Zerlina, Fiordiligi, Amina, Linda di Chamounix, Adina. Na Escócia cantou em 1846 Lucia, Elvira, Amina, Antonina de Belisario e Norma.

Na estreia italiana de Robert le Diable de Meyerbeer (4 de maio de 1847) cantou a parte de Isabelle, ao lado de Jenny Lind como Alice. A esta produção assistiu o compositor, que a quis em Paris para aí vir a criar em 1849 na Opéra a parte de Berthe na ópera Le prophète.

Em 1847 Castellan surgiu como Lucia e como Norina no Théâtre des Italiens em Paris ao lado de Luigi Lablache e de Giorgio Ronconi. Teve ainda outros contratos para a Opéra e para o Théâtre-Italien e foi escolhida cantar a parte de soprano solista no Requiem de Mozart que foi executado na Igreja da Madeleine por ocasião do funeral de Chopin a 30 de outubro de 1849, ao lado de Pauline Viardot, Alexis Dupont e Luigi Lablache.

À excepção do ano de 1849 (em que esteve contratada pela Opéra de Paris),   Castellan cantou de 1848 a 1852 em Covent Garden. Aí interpretou Marguerite de Valois (Les Huguenots), Giulietta (I Capuleti e i Montecchi), Berthe (Le Prophète), Isabelle (Robert le diable), Elvire (La Muette de Portici), Agathe (Der Freischütz), Anaï (Mosè in Egitto), Mathilde (Guillaume Tell), Ninetta (La gazza ladra), Rosina (Il barbiere di Siviglia), Abigaïlle (Nabucco), Pamina (Die Zauberflöte) e Leonore (Fidelio). Participou ainda na estreia inglesa de Sapho de Gounod a 9 de agosto de 1851, em que cantou Glycère. Cantou ainda na primeira representação da versão revista  em 3 actos do Faust de Spohr a 15 julho de 1852.

Partiu depois para Lisboa, onde se apresentou até 1855, sempre no Teatro Real de São Carlos.

Regressou a Inglaterra, onde apareceu em inúmeros concertos e festivais,  como os de Norwich, Gloucester, Worcester e Birmingham. Criou as partes de soprano nas oratórias Eli de Michele Costa (1855) e Judith de Henry David Leslie (1858).

Jeanne-Anaïs Castellan aparentemente deixou a cena em 1858 e viveu retirada até à sua morte ocorrida três anos mais tarde.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *