Já todos falámos e lamentámos a recente morte de Helena Almeida, uma das mais consagradas artistas portuguesas do nosso tempo. A sua obra, presente em algumas das maiores capitais do planeta, fala por si e não necessita de mais apreciações jornalísticas ou “bloguísticas”. O que interessa aqui salientar é o amor que Helena Almeida tinha à música.
Recordo uma entrevista que lhe fiz a partir de Tóquio, onde a sua obra está também patente. Para além de me ter entusiasticamente aconselhado a ir visitar o Mercado Tsukigi (o maior mercado de pescado do mundo!), Helena Almeida falou-me de música e de como ela a elevava. Confessou-me que a música a fazia chorar!
A última vez que comunicámos foi em abril passado, e por SMS. Estava eu a visitar a Modern Tate em Londres e deparei com obra da nossa artista (Inhabited Canvas 1976) que ocupa uma inteira sala daquele museu. Logo lhe enviei uma mensagem de alegria e de agradecimento e, passados nem cinco minutos, a resposta veio, luminosa: “Que bom, Jorge Rodrigues!”.
E mais não digo. Estou comovido.