Salvador Sobral no Teatro de La Maestranza

Salvador Sobral no Teatro de La Maestranza

No passado dia 10 de outubro desloquei-me ao Teatro de la Maestranza em Sevilha para assistir a um recital do tenor peruano Juan Diego Flórez, que esteve acompanhado pelo pianista Vincenzo Scalera. Foi uma fiesta, como só as gentes da Andaluzia sabem fazer: depois de um exigentíssimo programa que incluía algumas das mais escolhosas árias de Mozart, Donizetti, Verdi, Massenet, Gounod ou Puccini, Flórez lançou-se aos “extras”. Começou com a “ária dos nove dós” da ópera A Filha do regimento e a loucura apossou-se do Auditório de la Maestranza. Uma loucura muito parecida com a dos concertos de Amália Rodrigues a que assisti, pois estabeleceu-se uma relação quase familiar entre público e intérprete: “Canta Granada!”; “Canta Flor de Canela!”; Canta “Besame mucho!”, ao que Flórez respondeu saindo de palco e surgindo segundos depois com uma guitarra na mão. Sentou-se então e … tocou e cantou! Foi um festival! A voz do senhor continua incólume, bem como a sua extraordinária capacidade comunicativa.

Folheando ao intervalo o programa de Novembro do Teatro de la Maestranza, deparo com uma entrevista a Salvador Sobral, cantor que se apresentará no próximo dia 3 de novembro naquele que é o mais importante teatro de ópera da Andaluzia e um dos mais conceituados de Espanha. Fiquei feliz, obviamente, e mais ainda quando, à pergunta: “Salvador Sobral, veio renovar a música tradicional portuguesa”? respondeu, simplicissimamente: “No”.

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