A estreia da ópera Parsifal em Bayreuth mais não fez do que concretizar um profundo desejo de Richard Wagner: escrever uma obra para a consagração do seu festival.
Até aqui, tudo bem, e louvável. O compositor, porém, também desejava profundamente que a sua derradeira obra fosse exclusivamente interpretada na pequena cidade da Baviera.
Houve, é certo, logo após a estreia, apresentações várias em versão de concerto em várias cidades: Luís II da Baviera ouviu a obra; Amsterdão também. Mas foi o M.E.T. (Metropolitan Opera Theatre) de Nova-Iorque que teve a ousadia de apresentar a primeira versão cénica de Parsifal fora de Bayreuth, defrontando a impotente fúria da viúva Wagner.
Isso foi em 1903, mas Portugal só conheceria a obra 18 anos mais tarde, a 30 de janeiro de 1921. Um acontecimento saudado numa efusiva reportagem da Ilustração Portuguesa de 5 de fevereiro seguinte.