Tenho alma de bandido

Tenho alma de bandido

O compositor Nuno Côrte-Real, depois da ópera Banksters, estreada mundialmente a 18 de março de 2011 em São Carlos (encomenda do teatro), vai agora apresentar a ópera cómica Canção do Bandido, com libreto de Pedro Mexia. A obra vai estrear mundialmente no Teatro da Trindade, sob a direção do compositor, no dia 8, de novembro, às 21h00, num espetáculo encenado por Ricardo Neves-Neves. Será o segundo título da nossa temporada lírica, depois da apresentação de La traviata no Porto.

Canção do Bandido é uma ópera cómica, e a propósito disso Nuno Côrte-Real fala de uma herança — e a propósito dela, de Mozart e de Rossini.

Banksters e Canção do Bandido – eis dois títulos que indiciam um certo pendor de Nuno Corte-Real para a “bandidagem” na escolha de temas ou assuntos para libretos de óperas. Nada de inédito! Bandidos, piratas, terroristas têm sido, desde há muito, heróis operáticos. Peguemos apenas, assim de repente, em dois compositores italianos românticos: Bellini e Verdi. Não é que o primeiro nos deixou em Il pirata ( La Scala de Milão, 27 outubro 1827 ) uma das suas mais veementes cenas finais? Verdi, por seu lado, deixou-nos duas óperas em que a “bandidagem” é inscrita no próprio título: Il corsaro (Teatro Grande de Trieste, 25 outubro 1848) e I masnadieri (Her Majesty’s Theatre de Londres, 22 julho 1847). Defendido por estes dois robustíssimos escudos — Bellini e Verdi — ganhei coragem para perguntar a Nuno Corte-Real: porquês este fascínio por bandidos?

Era importante falar também da relação entre compositor e libretista.

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