Maria di Rohan em 1968

Maria di Rohan em 1968

Estou a ouvir neste momento, transmitida do S. Carlos, a ópera de Donizetti, Maria de Rohan (cantada hoje pela primeira vez em Portugal), que o público interrompe, de vez em quando, com aplausos intempestivos e “bravos” fora do sítio.

(Na sua juventude, chamavam a Joly Braga Santos, que andava sempre aos “bravos” frenéticos nos concertos, “O Homem do bravo na boca”.)

Com franqueza, tanto entusiasmo fora do tempo parece-me deslocado, provocador, digno de outros alvos mais justos…

Também verifiquei que em muitos pontos (banalidade?) Donizetti já é Verdi. Não apenas por ser italiano como ele, mas pela outra razão mais secreta.

22 de Março de 1968

 

In: Música … minha antiga companheira desde os ouvidos da infância.

NOTA:

Não foi a estreia da ópera em São Carlos., mas sim a estreia “no nosso tempo”. A estreia em São Carlos deu-se mais de um século antes, mais concretamente a 2 de Fevereiro de 1850, um sábado, num espectáculo que teve direcção musical de Vincenzo Schira e que contou com as presenças de Marietta Gresti, Caterina Persolli, Gaetano Baldanza, Antonio Bruni, Francisco de Paula Queiroga, Gaetano Fiori e António Maria Celestino,.

A obra parece ter tido sucesso, dado que depois se cantaria em várias ocasiões e por vozes calibradíssimas.