O Trovador de 1978

O Trovador de 1978

Quem esteve no Coliseu dos Recreios de Lisboa, terça-feira dia 11 de Abril de 1978, nunca esquecerá o que lá se passou. A seguir à ária do 4º Acto (“D’amor sull’ali rosee”) explodiu uma ovação tal que a récita, pura e simplesmente, parou. Os gritos, as palmas – e que gritos, que palmas! Os minutos sucediam-se uns aos outros e a ovação não parava nem esmorecia de intensidade. De vez em quando, a Zampieri inclinava ligeiramente a cabeça, em gesto de agradecimento: era evidente que ela não queria sair da personagem. As palmas e os gritos redobravam.

 

FREDERICO LOURENÇO: “Mara Zampieri”, in Amar Não Acaba.