A música, uma pomba branca

A música, uma pomba branca

Os instrumentistas da O.S.P. têm sido, desde a fundação da formação em 1993, um dos elementos que nos últimos anos mais têm elevado o nome do Teatro Nacional de São Carlos.

No passado mês de 27 e 31 de maio e 2 de junho, por exemplo, houve uma verdadeira aventura cultural que uniu países tão diferentes como o Portugal, Brasil e Indonésia.

Foi apresentada, com efeito, no espantoso Teatro de Manaus (verdadeira delírio arquitetónico no meio da selva amazónica) a ópera em 3 atos Kawah Ijen (Vulcão Azul), com música e libreto de João Guilherme Ripper baseado numa história original de Fernando Barata. A execução esteve a cargo da Amazonas Filarmónica, do Coral do Amazonas, do Corpo de Dança do Amazonas e ainda pelos cantores Homero Velho (Van Roory), Isabelle Sabrié (Roro), Daniella Carvalho (Nabila), Daniel Umbelino (Gandung), Jeremir Vieira (Kasidi), Murilo Neves (Ahmed), Inácio de Nonno (Agus / Dahlang), Matheus Sabbá (Empregado de Van Roory). A regência e a direção musical estiveram a cargo de Marcelo de Jesus, a direção cénica confiada a William Pereira.

Foi um projeto absolutamente extraordinário, que viu nascer a primeiríssima ópera em que se uniu uma orquestra sinfónica de tradição ocidental com o gamelão de Java, instrumento de enorme valor cultural e afetivo da Indonésia. A ópera integrou a programação do XXI Festival Amazonas de Ópera que decorreu entre 28 de abril e 2 de junho passados.

A obra fala-nos da terrível vida dos trabalhadores que retiram e transportam o enxofre do Kawah Ijen, na Indonésia, conhecido como Vulcão Azul devido à incrível cor azul que os gazes do enxofre adquirem ao inflamar-se.

Um dos protagonistas desta aventura foi a “nossa” Elizabeth Davis, percussionista que nos habituámos a ver “dançar”, com as suas baquetas, no decorrer dos concertos da O.S.P.. Obviamente, falámos com ela.


Em primeiro lugar, ela explicou-nos um pouco como começou toda esta aventura que se poderá apropriadamente caraterizar como planetária. E ficamos a saber que no início do projeto esteve o nosso Festival Ao Largo:


Ficámos a saber também que este projeto, tendo integrado e aproximado tantos países e culturas, se poderá caraterizar — como Elizabeth Davis fez — como uma verdadeira “Pomba Branca”.


Por fim, Elizabeth Davis contou-nos com mais pormenor como foi toda esta aventura.


E assinalou:

“Gostaria de explicar, que além do privilégio de fazer a ópera naquele grande teatro, apresentei o primeiro concerto de Gamelão de Java com o Yogistragong naquele teatro e dirigi dois workshops.

É muito raro que uma pessoa ou um grupo tenham a possibilidade de inaugurar e batizar um Gamelão novo, o que fizémos numa cerimónia em conjunto com o Embaixador Toto Rianto e o Secretário de Estado da Cultura do Governo do Amazonas.”


Deixamos um vídeo e algumas fotos do que foi a produção em Manaus.

Gamelão de Java

Gamelão de Java


 

 

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