Uma das iniciativas lançadas em 2017 pelos Estúdios Victor Córdon foi um concurso para apuramento de três compositores com menos de 35 anos de idade para colaborarem com o São Carlos e com a Companhia Nacional de Bailado. Perfilaram-se como vencedoras Fátima Fonte, Sara Ross e Sofia Sousa Rocha e estas três jovens compositoras, sob a orientação de Luís Tinoco, trabalharam obras para narrador e orquestra de câmara especificamente pensadas para um público infantil.
Cada compositora escolheu um escritor para criar o libreto a sua obra e, assim, tiveram também a sua recente estreia no Salão Nobre os textos musicados de Tiago Schwäbl, Manuel António Pina e Mário João Alves. Este último, também cantor, encarregou-se do papel de Narrador nas três histórias.
A primeira obra, de Fátima Fonte, intitulava-se Era uma vez eu alface e construía-se com um texto de Tiago Schwäbl. A vida deste compositor também escritor tem decorrido em várias latitudes (Lisboa, Ponta Delgada, Berlim, Coimbra, Porto…) e pedimos-lhe que nos falasse dessa vivência cosmopolita e se a mesma o marcou.
Pedimos naturalmente a Tiago Schwäbl que nos falasse também do seu trabalho com a compositora Fátima Fonte que agora foi estreado mundialmente em São Carlos
Era uma vez eu alface foi uma obra especificamente estruturada e pensada para um público infantil. Será que um texto pensado para este público é diferente? Apelará mais ao nonsense, ao significado apenas sonoro das palavras; aos jogos de palavras; etc.?
Quisemos saber como reage Tiago Schwäbl à audição do seu próprio texto ou seja quando começa a ouvir o seu texto musicado por outro.
Estamos num teatro de ópera e perguntei a Tiago Schwäbl qual a sua relação com o género lírico. Como vê ele o nosso tempo? Acredita na afirmação bombástica de Pierre Boulez proferida há uns anos na qual se profetizava o fim da ópera? Na resposta, Tiago Schwäbl falou da nossa recente Elektra.