O meu bisavô era um apaixonado por Arte e foi mesmo, como se sabe, um protector de artistas. Apanhei até um pouco dessa tradição: lembro-me, por exemplo, de em criança ver, mais do que uma vez, o João Reis. Sempre que expunha no Porto, no Salão Silva Porto, ele ia almoçar a nossa casa.
O João Reis pintou o Teatro de São Carlos – não sei se está lá o quadro; é capaz de estar! Custava na altura cinquenta contos. Lembro-me de ver a obra, pois estava exposta no Salão Silva Porto, que era diante da casa da minha mãe em Cedofeita. O Salão é agora uma escola secundária. Recordo que disse à minha mãe para comprar o quadro.
E ela logo: “Credo! Agora do São Carlos! Se fosse do São João!”