Augusto dos Santos Silva, professor universitário, sociólogo e político português, actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve presente na estreia da nova produção de Idomeneo, re di Creta de Mozart em São Carlos. Perguntei-lhe na ocasião se a expressão “jóia da coroa” continua a ser válida referindo-se ao Teatro de São Carlos.
Concordo, sendo certo que agora a coroa tem várias jóias. Mas é a “jóia da coroa” porque é o nosso teatro lírico e porque a ópera continua a ser tão moderna quanto sempre foi.
Tentei saber se Augusto Santos Silva recorda o primeiríssimo espectáculo a que assistiu em São Carlos.
Não me lembro, foi já há muitos anos. Lembro-me do último que vi, que aliás não foi aqui, foi no C.C.B. — foi a “Elektra” de Richard Strauss, uma boa produção do São Carlos. O primeiro que aqui vi já não recordo, mas o que mais me impressionou talvez tivesse sido a produção d’ O Anel do Nibelungo [encenação de Graham Vick], de facto o cume do São Carlos nos últimos 20 anos.