Na sexta-feira, dia 9 de março, a partir das 20 horas o Salão Nobre acolhe um Concerto de Câmara integralmente dedicado à produção de Mozart, compositor de quem se anuncia também dentro de dias a ópera Idomeneo, re di Creta. A Orquestra Sinfónica Portuguesa estará sob a direcção de Pedro Neves e do programa constam as Danças Alemãs em Dó maior, K 509, a Sinfonia nº 35, em Ré maior, K. 385 e o Concerto para piano e orquestra em Dó maior, K. 503. Solista nesta última obra será o pianista Paul Lewis que se tem notabilizado como intérprete dos três compositores da I Escola de Viena — Haydn, Mozart e Beethoven. Ele é a personalidade em destaque na revista BBC Music deste mês de Março de 2018.

Quem segue regularmente os Concertos Promenade em Londres poderá tê-lo visto em 2010 no ciclo dos concertos para piano e orquestra de Beethoven (pela primeira vez na história dos populares Proms!) e quem segue a actualidade discográfica conhecerá também a gravação da Integral das Sonatas e dos Concertos deste compositor. Schubert é também um músico a quem Paul Lewis tem dedicado muito do seu trabalho — os ciclos de canções gravados com o tenor Mark Padmore, bem como numerosas sonatas, assim o provam. Mozart continua a ser também um dos seus cavalos de batalha. Paul Lewis vem agora a São Carlos interpretar o Concerto em dó maior, K. 503, um dos mais longos concertos mozarteanos, completado em 4 de Dezembro de 1786 e interpretado pelo próprio compositor no dia imediatamente a seguir (e depois em várias ocasiões). O terceiro andamento da obra conjuga-se com o título que iremos ver e ouvir em palco dentro de dias, pois inicia-se com um tema usado numa gavotte presente na ópera Idomeneo.

Não se pense, porém, que Paul Lewis, actualmente o director artístico do Festival de Leeds, se esgota nos universos clássico ou pré-romântico. A sua actividade abarca séculos de história da música e como prova deixamos aqui um excerto de uma sua actuação em Glasgow em 2000 — é mesmo só um excerto do final do Concerto para piano e orquestra de cordas de Alfred Schnittke, com a Orquestra Sinfónica da BBC Escocesa sob a direcção de Alexander Polianichko.