Ruggero Leoncavallo (1857 –1919) ficou na história como o compositor de uma única obra (Pagliacci), embora nos tivesse deixado inúmeros outros títulos, hoje quase esquecidos: I Medici (1893); Chasterton (1896); La bohème (1897); Zazà (1900); Der Roland von Berlin (1904); Maïa (1910); Zingari (1912); Mimi Pinson (1913 – revisão de La bohème); Goffredo Mameli (1916); Edipo Re (1920 – deixada incompleta, estreada na Chicago Opera). Deixou ainda uma série de operetas e a sua canção “Mattinata” tornou-se muito popular .
Depois de ter obtido um bom sucesso em Paris com o poema-sinfónico La nuit de mai, apresentado em 1887, Leoncavallo assistiu ao tremendo entusiasmo suscitado pela Cavalleria Rusticana de Mascagni, estreada em 1890. O compositor regressou a Itália para escrever uma ópera no novo estilo verista: seria Pagliacci, segundo o compositor baseada num caso verídico. Subiu pela primeira vez à cena em Milão em 1892 com acolhimento entusiasta e permanece até hoje a única obra do autor regularmente representada – a sua conhecida ária “Vesti la giubba” tem servido como cavalo de batalha de grandes tenores. A vida de Leoncavallo seria dedicada a perseguir, sem nunca o conseguir, um êxito como o de Pagliacci.
Em São Carlos esta ópera foi pela primeira vez cantada a 13 de Janeiro de 1897. Agradou muitíssimo, dado que foi apresentada no decorrer de toda a temporada, juntamente com a Cavalleria Rusticana e com uma série de actos de outras óperas. Na recente temporada de 2016/17 subiu à cena uma nova produção, musicalmente dirigida por Martin André e encenada por Rodula Gaitanou.
Leoncavallo dirigiu em São Carlos nas noites de 24 e 25 de Março de 1906.
Veja-se os programas detalhados em MIL E UMA E MAIS NOITES.